Quando eu crescer eu quero ser...
O que fazer quando você nunca pronunciou esta frase e está prestes a embarcar na tão sonhada universidade sem a menor idéia de qual curso escolher?
Wanessa Ferrari
A idéia de se ver livre daquela matéria que compõe a grade curricular do ensino médio certamente povoa o imaginário de milhares de estudantes colegiais.
Reclamações como “pra que estudar trigonometria se nunca vou usar isso?”, ou então, “De que me interessa saber como se escreve a fórmula química de um cloreto de sódio” são comuns na fase colegial, mas até então os estudantes não têm outra opção, são conteúdos obrigatórios e em qualquer escola serão os mesmos.
É pensando desta forma que muitos estudantes enxergam no vestibular uma oportunidade para se livrar de vez das lendárias “matérias chatas”. Para quem encara as coisas deste modo deve começar a pensar no vestibular como uma tarefa de responsabilidade, já que a escolha do curso correto demanda reflexão e paciência e as matérias estudadas na faculdades em grande parte farão parte do cotidiano profissional.
A estudante do 3º colegial, Nathâni Pereira, conta que a decisão sobre qual profissão seguir está tirando algumas noites de seu sono. “Sempre fui apaixonada por Desenho Industrial, mas às vésperas do vestibular descobri que o curso tem três módulos de matemática aplicada e eu sou péssima nisso”, conta.
Um relatório desenvolvido pelo NAEG (Nucleo de Apoio aos Estudos de Graduação) e CEPPPE-FEUSP (Centro de Estudo e Pesquisas de Políticas Públicas em Educação - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo) aponta que a dificuldade de escolha, seja por pressão familiar, seja por falta de informação, aparece como principal motivo para o abandono do curso superior (44,5%), seguido da estrutura do curso (30,7%), da insatisfação com o mercado de trabalho da profissão escolhida (13,4%) e de razões pessoais (11,4%).
Mas como descobrir qual o curso certo? Certamente tentar aleatoriamente não é a melhor opção. Para que ainda está indeciso ou não tem ao menos uma idéia de qual profissão seguir a dica é buscar testes de orientação vocacional, conversar com profissionais da área, examinar a grade curricular do curso e até mesmo assistir à algumas aulas.
A estudante de Publicidade e Propaganda, Daniele Marques, conta que desistiu do curso de história faltando apenas um ano para o término. “Comecei o curso por influência de uma professora do colégio que dava aulas de História do Brasil. Mas depois percebi que não era nada daquilo que eu queria. Confesso que me faltou coragem para desistir, mas quando os professores começaram a falar em Trabalho de Conclusão de Curso, abandonei na hora. Depois de muito pensar me identifiquei com o curso de Publicidade”, lembra.
Casos como o de Daniele são muito comuns devido à grande segmentação do mercado profissional e do acesso facilitado às universidades. O fato é que atualmente a escolha do curso certo envolve conseqüências que vão além da disputa por vagas em escolas estaduais, já que, mediante a pagamento, um enorme número de escolas particulares disponibilizam um amplo leque de vagas para o ensino superior. Sendo assim, a escolha do curso certo envolve afinidade, e torna o tempo de permanência na universidade sinônimo direto de dinheiro.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
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